
O beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas, e se ele não funcionar, pode-se desistir do resto.
Qualquer pessoa sonha com aquele beijo "made in Hollywood", que tira o folego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre isso aconteça na vida real.
O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave, investigativo, decente.
Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as bocas dizem a que vieram. Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias. Neste espaço de tempo, ainda se compreende que os beijos sejam vacilantes: tratam-se de duas pessoas a formar um vínculo e a testar reacções. Mas se a decência persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não aconteceu.
Beijar é maravilhoso porque existe uma interacção com o corpo da outra pessoa sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta.
Beijar é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijar é "gostoso" porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV.
Beijar é prático porque não necessita de se tirar a roupa, não precisa de se sair da festa, não necessita de se ligar no dia seguinte. E tem essa de que beijar é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 gramas de albumina, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligramas de matérias gordurosas e 0,45 miligramas de sais, sem contar com os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.